
Dona Melancolia
Data 21/11/2013 12:46:10 | Tópico: Poemas
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Oh, Dona melancolia! Como tu és maldita, Tão chata e vadia! Costumas atrapalhar Somente em momentos Totalmente inoportunos Quando se é preciso estudar! Tudo Influência dos anéis de Saturno! Logo no baço começa a ser produzido Um excesso de bile negrume! E a tristeza vem, e me consome! Ah, mas que bela sensação azedume. Não tens nada melhor para fazer não? Estás gorda, obesa, imunda! Tão monstruosamente gorda Que quando chega de fininho E vem se sobrepor em meu peito Exerce sua massa maldita, comprime! Sua vagabunda, energúmeno! Vá arranjar melhor trabalho! Chega de me atormentar, Vá procurar outro salafrário Quem sabe até um espantalho?! Deixe em paz este pobre coração, Não quero sofrer com mais uma! Já basta a minha doce solidão.
O médico grego Hipócrates, no séc. V a.C., definiu a melancolia como a “bílis negra”, um dos quatro humores corporais que na sua teoria se constituem por sangue, fleugma, bílis amarela e bílis negra. Para Hipócrates, o planeta Saturno exercia influência no humor do indivíduo e levava o baço a expelir bílis negra em excesso, causando a melancolia.
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