
Até quando as 4 bocas vão engolir - LIzaldo Vieira
Data 14/11/2013 01:00:12 | Tópico: Poemas
| Até quando as quatro bocas vão engolir - Lizaldo Vieira Essas manipulações do tinhoso De tantos e quantos malandros Inimigos confessos de gaia Como lavrar a terra Descer nas cachoeiras Irrigar a pastagem Lavas roupa Limpar a louça Pescar o marisco Ser navegável O Rio Sergipe não tá pra peixe Virou penico Deposito de lixo A vida marinha Em desatino Arrasta-se combalido Feito cobra pelo chão Depois da pancada Nadando na contra mão Os olhos gordos do “progresso “ São mais fortes Preferem a morte Esgoto sem tratamento Caldinho de fezes e vinhoto De tudo ruim Jogam lá dentro Ainda reclamam Porque meu velho Sergipe Anda tão revolto Com triste sina Entulho Lama e bosta Lançada pela burguesia diariamente Na rua Na beira mar Na rua da frente Mais cheira mal O que vem como troco Também não é de bom tom Jogam lata Pet e todos os dejetos Depois falam de mim Renegando que sou ruim Dizendo que nasci sem prestar Restinho de ponta do tenebroso Donde essas tais QUATRO bocas Vão ter que se sumir desse lugar Diz o maldito projeto Da propagando oficial Que ninguém testemunhou Que as medidas são preventivas Prevenir ás gotas invasoras Por aqui aportadas Conta outra piada Coisa ruim A força das águas do mar Sempre estiveram aqui Vocês é quem vieram Lá das quantas Tal qual epidemia Erva daninha Pra tudo acabar Contaminar Se um dia acabaram com a cora do meio Porque esse riozinho das fedentinas Não se pode matar Viver esse inferno humano É mesmo um desafio Se tudo já tá acabando Parece uma professai satânicas Agora É pegar ou largar Se mandar pra fora daqui Inventaram até o milagre Da salvação do planeta Com conversa fiada e enganosa Diz que são das águas assassinas Da vida e da cidade Enquanto o diabo vai se arrumando Se passando por santo do pau oco Achando que todo mundo é burro E entope todo leito De entulho e desrespeito Espia se a marinada não vem forte Pra resolver a parada Por todos os cantos Cuida-se malandro Porque pedra por pedra Alguma vai dar na cabeça Quem sabe algum inocente Feito de sonho POR UM NOVO PLANETA São pedras e insensatez No mar estão a atirar Assim se faz a humanidade É só olhar pro céu E o tempo voa A lua cheia há de brilhar O sol da manhã Há de chegar Com andorinhas e garças Enfeites da árvore de natal Vai dar tudo certo E tomara que esteja vivo Que totós voltem a navegar Pra que tempo ruim passe Que nem aves de arribada Que o olhar gordo dos infelizes Não se cruzem com os dentes de alhos E as tais pedras Nunca passam do sal Que o enxofre Do tinhoso não se atreva A bolinar por aqui Rio santo dos siris Grandeza das terras de Serigi É planta do deserto Desague suas águas Sempre por aqui Mais que deserto de alma Amor Compaixão Tua nossas tuas revoltas da lágrima por tantas sobras de arrogância Intolerância e escambáu Agora o rio não é mais pra peixe Fazemos qualquer negocio Pro especulador ganhar muito mais Que nos desculpem Zé Peixe Dizem até que o manguezal É o mal da região Dentro do siriipe Não há mais tempo bom pra peixe Sururu Caranguejo Uça Ostra milonga ou mexilhão Só tem chances para as pedras do mal Fedentina, Pneus e lama Por todos os cantos As águas choram Pedem saídas Pra qualquer canto Vão ficar loucas Não há mais formosura Nem chica chaves Nas quatro bocas Meu rio Sergipe querido Por tão larga ingratidão Largue essas quatro bocas fedidas E ser vida pro meu sertão
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