
Quadras da vida
Data 02/10/2013 19:59:50 | Tópico: Poemas
| Octaviozinho Aparecido fez-se ao mar Onde vou eu agora buscar meu pai? Duas horas depois de se perguntar O seu mundo acabou sem um ai
Roque Moreira era um moço assim vadio Daqueles que adormecem sempre na estação Tinha a manta para frio e no estio Tantas crestas vermelhas em sua mão
Lídia Campos fazia suas compras Numa loja escondida para lá da esquina E seus olhos ao fitarem certas sombras Tinham medos que trouxera de menina
Filipa Rocha rondava só pela rua Com seu cigarro colado aos lábios Pela noite, sim, maneava toda nua Um mistério feito pó dos alfarrábios
Macário Veloso era um nome comercial Tinha placa sua ao pé de grande praça E quem o via respeitável de jornal Não sabia que do vinho vinha desgraça
Elisa Barrela tinha um táxi de viúva E sempre que sorria amarela ao freguês Soltava as histórias conhecidas pela chuva E cambiava as largas divisas ao inglês
Kiko Kardec era assim como explico Um tipo gingão de calça para o vermelho Fazia diretas e pensava que o fanico Batia à porta só do tipo torto e velho
Rosa Gouveia era bombeira em Viseu Era bolseira, era bibliotecária na faculdade Ligava para o pai de um filho que era seu “Largo error” espanhol da mocidade
Abílio Nabo fora gozado em menino Que pelo nome não o amaram no início Mas a contabilidade e um rosto bem suíno Fizeram dele um respeitável do ofício
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