
Êmese na VAN
Data 21/09/2013 23:19:43 | Tópico: Poemas
| Êmese na VAN (Mauro Leal)
Domingo de verão, abordo num transporte alternativo, trajeto Rio de Janeiro x Cabo Frio, uma senhorinha, empalidecida, em sudorese fria nauseando no canto, padecia, fazendo das tripas coração pra no "piratão" não botar pelo "ladrão", mas com o continuar da lata velha a chacoalhar, agravou o mal-estar e ficou inevitável a indisposição suportar, e por cima dos passageiros que estavam a cochilar, o big sanduba em refluxo começou a transbordar sonorizado na onomatopéia "hugo, hugo, hugo, raul, raul, raul", macabro urrar.
A regurgitante constrangida se contorcia e insistia em se justificar: - ficou impossível a cinetose furiosa controlar!
O condutor com gesto censurador e cara de poucos amigo, não gostou e expressou: porque a patroa não falou? - Desculpe meu senhor, me esforcei na tentativa de os "bofes" pra fora não botar, prendi o máximo que pude pra não empestear. Até um passageiro, Fuzileiro Naval, sensibilizado, ficou a consolar: - marear! isto acontece com os nossos bravos guerreiros marinheiros nos velhos navios pelos oceanos bravios.
Por pouco em unanimidade seria a solidariedade se não fosse um menino espevitado, aloprado, com olfato aguçado e em humor negro não tivesse gracejado:
"- Por isso que eu senti um cheiro e era de “mortandela", daquelas...
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