
Os Jardins de Gross-Rosen
Data 10/09/2013 06:45:09 | Tópico: Poemas
| Eram cadáveres de pé, Esqueletos vestidos com roupa roubada, Os rostos sombríos de trabalho e de medo, E o mundo em guerra ignorava o seu perigo, Ninguem veio á ajuda ainda cedo. Tratados por numero só, Não tinham nome, não eram homens ou mulheres, Comida era servida e consumida só com culheres, A sua condição até metia mesmo dó. Os animais dos guardas eram mais acariciados, As prisioneiras eram tratadas como objectos sexuais, Eram escravas carnais mas já sem carne, Que ainda as poderia parecer um pouco atraentes, Mas faziam ums alvos excelentes, Para passar umas horas aborrecidas, As vezes eram só feridas, Outras vezes já não iam necessitar Das camaras de gás, Uma vez que o corpo está morto, Só serve mesmo para queimar. Nos jardins de Gross-Rosen, Estas coisas se passaram, Mesmo que ninguem queira acreditar, Talvez só quem viu a máquina Nazi em produção, Mas eu não aceito não, Aonde há hoje um museu, Uma aldeia e uma escola, Tambem já ali existíu, Um campo de concentração. Os portões são os mesmos Por aonde tanta gente entrou Para nunca mais saír, Gente de muitas nações e raças, Para trabalhar nas pedreiras Até cairem já mortos, Crianças com poucas graças, Com as mãozinhas ligeiras, É que despiam os corpos. Ouvi dizer a alguem Que o cheiro mais forte no campo Era carne a apodrecer, Aqueles pobres que cheiraram Esse cheiro, mesmo que sobrevivessem, Nunca mais deveriam de esquecer. No meio do campo ainda existe Um carvalho bem antigo Cheio de buracos das balas Os sere humanos que ali se encostaram De ali nunca mais abalaram Só lá ficaram as malas. Pelo trabalho que faziam As crianças já sabiam Aonde havía as minhocas mais gordinhas, Dos corpos que acabavam de enterrar Alí as conseguiam ir buscar E serviam para um bom jantar Para as crianças coitadinhas. Tenho tanta coisa a dizer Dos horrores que ali foram feitos Que não sei como vou parar Ás vezes a turtura maior Que um sere humano pode fazer Até não é mesmo matar.
Este poema é dedicado aos prisioneiros de Gross-Rosen, situado a 15 kilómetros de aonde eu moro. Estima-se que durante o tempo de operações neste campo foram mortos á volta de quarenta mil pessoas, e estas são as que a administração admitiú.
Nunca Mais......
não digas nada... nadinha mesmo
|
|