
ENTERRO NO INTERIOR
Data 04/09/2013 06:39:12 | Tópico: Poemas
| Vinte cinco de Dezembro 2012 Passeando pelas ruas em uma tarde de sol Olhando o sol a brilhar as pessoas a passear Casais de mãos dadas sorridentes tranquilos
Terça feira de natal Crianças brincavam nas calçadas casas lotadas Amigos parentes mesas floridas tolhas estendidas
Terça feira 15hr:15 da tarde interior de são Paulo Casa Branca Cidade tranquila um pouco vazia sente-me em um banco de uma Praça um pouco sem graça sozinha estava recordações passeava Minha mente como sempre pensando em um verso escrever depois Que para minha casa eu voltasse
Em minha direção o caixão se aproximava e por mim passava Por mãos seguravam viúva chorava filhos caminhavam Luto... Mulheres de preto algumas com véu um amargo no céu Meus olhos choraram e eles me admiraram tristeza profunda Senti naquela tumba
O morto não sei Não conheci Não falei
Fiquei a olhar e eles a passar pés que caminhavam lágrimas Deixadas que por mim que passavam Não sei por quanto tempo naquele banco eu fiquei só sei que cada Um eu olhei com seus olhos chorei e seus passos com meus olhos Eu seguir na entrada da morada final cemitério de frente do Banco que ali eu sentei antes não notei e um adeus eu vos dei
Compartilhei no silêncio do luto de um desconhecido Em um caixão adormecido foi por mim Querido Por mim ele passou e meu pêsame levou
Crianças já não notei tarde findou toalhas floridas rasgou na Garganta um nó enroscou
Natal o desconhecido enterrei a tumba fechei o natal passou a Família com certeza chorou e eu não esqueci naquele banco Permaneci e esse verso escrevi triste parti para minha casa voltei No quarto me tranquei e triste de novo chorei por lembra-me De um desconhecido que virou falecido e por mim passou
Há muitos anos que eu não via um enterro dessa forma simples Humilde de pessoas tranquilas do interior aqui em São Paulo Nunca se ver um enterro pelas ruas sabemos que morrem pessoas Mas nunca chegamos a ver a não ser por TV. Para se sincera eu me senti família daquelas pessoas Eu amo as pessoas simples e humilde elas se parecem comigo Até no enterro de um desconhecido me senti tão familiar Não sei do que morreu se era homem ou mulher velho ou moço Só posso dizer que quando me lembro sinto tristeza sinto dó deles Era natal tantas pessoas sorrindo e eles ali tão tristes chorando
"Não existe outro país senão o da morte. O que então nos ameaça?"
*Eliana* 27 De Dezembro 2012
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