
Porto seguro
Data 14/07/2013 20:58:41 | Tópico: Poemas
| Porto infinito
A cidade de Valença viaja rumo às águas doces.
Transporta-se também destino ao mar aberto salgando sempre as mesmas almas.
Nas margens do bairro do Tento erigem-se monumentos a desígnios inteligentes de cálculos mais-que-perfeitos.
Na orla do rio Una habitam os guardadores da aventura: mestres a quem adivinho e exalto do horizonte da minha paisagem de arquiteto pobre.
Nessas mesmas margens que reúnem cálculos que arquitetam barcos que levam a portos ouço o vaivém das enxós sobre o tronco das jaqueiras. O ruído sem fim vai ferindo as águas distraídas do rio Una enquanto o ofício que constrói trai memórias de rodas de outrora.
Discípulo do desenho do grande arquiteto quero recordar.
Traço teias reúno e emendo sem descanso na rede do projeto.
Aspiro a maresia repouso o corpo nas bacias das lagoas.
Calculo a escora do corte sobre as madeiras ancoro o barco do meu sonho e tento deter a dispersão.
Embarco e desembaraço com paciência os fios d’água desta história
Diviso o oculto demarco as vistas e zarpo ao porto infinito.
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