
OTROS OJOS
Data 18/12/2007 13:35:54 | Tópico: Poemas -> Saudade
| OTROS OJOS
Corpos primários, recônditos na minha neblina do olvido, Guiem-me. Guiem-me até a porta onde ela, Opaca madeira morta, Reside.
Mostrem-me a reflexão da luz ---- que incidida ---- Revela. Revela a vivacidade De uma visão, desde então, Imota, Cega!
Ella ontem: Jovem Jóia Turmalina; Antes, antes mesmo de Turmalina, Era Esmeralda. Esmeralda, Verde, De um verde que deveras fascina, açaima, Cintila! E que, num tempo tão recente, Ainda intensamente em minha mente refulgia.
Porém, hoje, o lago de inebriamento e enlevo Evolou-se: volatilizando-se sua rainha. Rainha do meu lago. Lago-Pensamento Onde era Ondina. Ondina que se obliterou: Caiu-me no esquecimento da cerebral retina.
Mas, assim, subitamente, Uma palavra, o empuxo da recordação: Recordação que a emergiu: Emergiu como uma saudade morna, Que se sente e se evapora. Saudade que se sente Quando alguém, Há muito, partiu. Ah, foi-se embora.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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