
Diálogo catingueiro - Lizaldo Vieira
Data 17/05/2013 23:29:29 | Tópico: Poemas
| Diálogos – catingueiro – Lizlado Vieira Mais gente Credo em cruz Como esse peste Veio se esbarrar por aqui Coisa rui Carcará frita e como Sua lombriga saindo da merda Aqui não é a roça Não é aquela maresia lá das suas regiões Veio se bate aqui por que Num mundo que não lugar pra peça ruim Fio do canso Vai ver o que é bom pra tosse Onde filho chora E mãe não vê Não vai mais querer fugir Nojento Vou trancafia-lo na arapuca Pertinho da toca do cascavel Ver o sol nascer quadrado Tem jeito não Lá no brejo você se atola Vai caminhar uma quatros léguas tiranas Agora tá na mão segura Pode resmungar que nem guaiamum na lata Quis se meter a besta Bulir nas coisas dos outros Tome cipó nas canelas Nas ancas Bicho ruim desgraçado Fio da ronca e fuça Fica aí Até arrancar a casa de marimbondo tira chapéu Com as unhas.. Já pensou nas ferroadas Catinga de porco Vai dormir pelado Pra que dormir Coisa bruta não dorme Fica caolho Até cochilar Como veio ao mundo No relento Vai ver o que é bom pra tosse Ser chupado a noite toda Na maresia Por maruim e muriçoca de brejo Nesse tempo de sol a pino Tu não sabes em que inferno se meteu Asar o teu Tô nem ai pra esse pereba Pede chiar jia na boca da cobra Cabra ruim Merece mesmo Chibata de couro cru no lombo Moleque azedo Com trabuco não mão É o cão Puta mundo injusto Com tanta coisa boa pra acontecer Deixou escapulir esse traste Mal costumado a bulir com o que é alheio Já fez desgraça em tudo que cantos Vive sempre mentindo Dizendo que não tem nada a ver Que é um coitado Levou até a batina do padre Cabra safado desse Querendo Se passando por beato Só vai mesmo É tomando lapada nas gaia Quero ver se é esse homem todo Quando ver que a casa caiu Não olhe pra mim Com essa cara de pidão Aqui não pipoca pra banguelo Nem pente pra careca Não tem perdão para cabra safado Mão de visgo Acostumado a viver da lambança Não quer trabalhar Sujeito imprestável Isso não foi parido Projeto do demo Nenhuma mãe Ia querer botar uma bagaceira dessas no mundo Moleque Vagabundo Sei lá se vai sobrevir nessa brisa de sol Deise jeito Só vai comer a sobre do carcará Se sobrar Comer carne Só quando morder a língua Para que é fraco Cadê aquele valentão Tá todo se tremendo Como vara verde na queimada Tem problema não Quando amanhecer Tem dia de desolação Dilatando aos raios do horizonte Com quantos paus Faz-se uma cangalha Quando ficar mirrado Nu e cru No buraco de tatu Com os pés cheios de freira Sem se coçar Ao raiar do meio dia Vai Berra Esperneia Seu querer Quero é ver quem vai atender Se tu não aprender e ser gente De novo Depois dessa invernada
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