
TENTATIVAS
Data 15/04/2013 17:44:51 | Tópico: Poemas -> Amor
| Muros de amor escorridos pelo chão Pelo sim, pelo não, pelo irmão. Bocas que não seguram palavras Corações doídos, paixões de vidros.
Se for ilusão o que não é razão, importa não. Aços e filhos cortam iguais, amam iguais. Faca cega que não corta é filho distante Filho distante corta como faca amolada
Filho que vem de trem, nas malas frias. E fica com a gente só um pouco e se vai Procurando espaço, como espermas loucos. Fecundando na vida a própria vida da fêmea
O amor não tem sexo, não tem pressa, é exato. Sem lados, sem meio, sem fim, simples infinito. Amor de poucos dados, de nenhum lado, liso e bravo. Esfrega, apega, afaga, pega fogo e não se queima.
Fogão sem lenha, mar sem água, tempo sem ar. E o presente sempre amanhã, adia não, que pare o dia. Não dá ir de carona com a saudade, nem ficar pra trás. Tempo de palavras frias, de longas noites, só mente alegria.
Vou criar seu filho rodando o mundo, de barco, de arco, de ar. Filhos criados ao vento, no cheiro de brisa, são mais filhos. Pais de todos os tempos, de todos os ventos, são mais pais. Pais e filhos numa cria bendita, no amor mais sublime, no amor a mais.
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