
Vai que dá tudo errado - Lizaldo Vieira
Data 09/04/2013 01:37:45 | Tópico: Poemas
| Vai que dá tudo errado – Lizaldo Vieira O rio não tá peixe Não tem pente pra careca Nem pipoca pra bonguelo Brasil andou Por nuvem cheia de descarga Ainda negam A autoria de Santo Dumont Ou será que o 14 bis Foi uma bombinha de são João Saindo por aí Rasgando as nuvens Com coisas dessa tal naves especial Nossa cabeça de gente miúda Anda zonza Tomaram até meu jegue Pra virar jabá Não tem cangalha Nem caçaú Acabou estrada vicinal Bochechas de caxumba Chute no balde No pau da barraca O céu não parece na animado Com tanta doença pra curar Não jeito que dê jeito Caganeira de pirão de osso de correr Frieira de inverno Bicho de ruma Partes baixas com íngua Dente podre Dor nos quartos Quebranto Barriga quebrada Constipação Bicho de pé Unheiro Pano branco Gôgo Gastura Quentura Veia quebrada Vista cansada Mal do vento Espinhela caída Caxumba Dor nos ossos Ainda mais Com esse monte de diacho que rola das nuvens Meteoritos Granizo Água acida Camada de ozônio com ferrugem Trem bala á caminho de marte Não se sabe qual a próxima parada Se no canta galo Ou em carro quebrado O galo cantou Mais mingue sabe aonde Só viu foi o desabamento da choupana No roçado de tio nhô Vai que não da certo Os experimentos atômicos O petróleo Do pré-sal Como acho que não deu A viagem do homem Pra lua Na arca de Noé Não há mais lugar pra salvação Vai que o certo não é tão certo E a vaca vai pro brejo Enquanto ficamos com os porcos na roça Só vendo de braços cruzados O acontece com a floresta caatinga Lá em casa pintou ciúme novo Sem disfarçar Vovó é papai outra vez Tá certo isso Nos mesmo Já nem sabemos O que tá certo ou errado E esse modelo de sociedade já compromete De morte As futuras gerações O rio tá doente A terra tá com febre Tenho medo dessa casa de aranha Cruzando as vias sinuosas Um transito doentio Carregado de morte Carradas de passivo ambiental Mata o quarteirão dos manguezais Não quero um dia me arrepender Mal pensado Muito errado Pagarei caro pelos pecados Minha tinha tem cumeeira de cambota Parede de sopapo Chão batido Fogão de trempe E nada desaba com ás águas de março de vez em quando Depara-me com desgraças cotidianas Enchentes da rua Deslizamento do paredão Alagamento do barraco Apesar dos grandes formadores de opinião Acharem o máximo E taca fogo nas manchetes do dia Com esse tal projeto de vida pelo mundo afora Bolou o show de piadas Com as presepadas Feliciana Estrelado por mequetrefe Basta de nutrir sonhos de vermes Uns sonhos de vampiros do assalto Perguntemos Porque o primata fez tudo errado Deixando seus descendentes Transformar o nosso lugar Em terá de ninguém
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