
A Cura
Data 31/03/2013 00:46:24 | Tópico: Poemas
| Dentro da mais rígida, da mais dura, Dentro da mais ríspida e suja "armadura" Repousa um ser servil e mui mal amado
Que vive amalgamado em amargura Com o corpo calmo, o coração gamado Com a mais estranha e bestial criatura.
Como "cutucaria" minha tia Tuca: "Quem cria, atura..." "Quem cria, atura..."
Corredia como a água mais escura Vai roçando a relva e o arvoredo Moldando a terra mole e o rochedo Tanto bate, rebate "inté" que fura...
Traz a língua bifurcada e mui ferina Onde toca a relva não mais verdura Faz ser feia a suave brisa matutina Eclipsa o dia de diamantina alvura...
Tem os gestos frios, frouxos e doentes Da boca só sai enxofre e malefícios As mamas murchas, feias e pendentes As palavras boas? Desperdícios, artifícios...
Usura!.. Usura!... Usura!...
Quando alguém a atormenta Ela grita, chora, esperneia e urra; Ridícula, age de forma violenta
Na esperança boba de ser ouvida. Porém não sabe que nesta vida Nem para todo mal existe... Cura.
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