
PROCURANDO A ALVORADA DOURADA
Data 25/03/2013 15:01:33 | Tópico: Poemas -> Reflexão
|
A aurora busca agônica Regalvanizar a clangorosa Constelação dos girassóis democratas
Para tentar provocar A fissão peremptória Da imensurável e imperscrutável Calota --- que aprisiona o coração do mundo Na maninhez da lógica vil-metálica --- Siberiando a alma e o pomar dos sonhos Sabor de ambrosia com a textura dos grânulos jucundos da jaca.
Hoje testemunhamos Cada vez mais dopados Amazônias ou Austrálias De osga e mármore Eclodirem, grassarem, Frutificando Armagedons Por todos os rincões do globo cor azul-água Onde impere-prospere a dinastia dos luminares primatas.
Ah, A parte que mais vemos Regozijar-se É a da hodierna prole Magnata de Ares:
A cada arroio ou florada De sangue que irrompe Das plagas Quando uma alma É ceifada Pela tirania das armas,
Sordidamente Um execrável Sol de diamantes Os potentados mercadores da morte Abraça.
Enquanto isso, No outro hemisfério Do mesmo contínuo rio de infernos,
Estão os diviciosos monarcas da narcose Criando um orbe paralelo De Lokis, Pandoras e de esquizofrenia, Dedicado a seus servos e a toda sua corte de vítimas.
Entretanto --- antes que tudo vire reino Do sempiterno arvoredo --- Carecemos introjetar o oxigênio Do respeito, do amor e do Pégaso Na principal rede de aquedutos do cérebro, Enclausurado na masmorra de letargia, Penitenciária de segurança máxima erigida Pela galharda cepa sádica e morbífica De hidras-sevandijas.
Ah, Mas a liberdade, a sabedoria, a inteligência e a justiça etérea Hão de se manifestar Na forma de Odoiá, Oxum e de Minerva,
Libertando o céu da mente poética Da ditadura de nuvens das trevas.
Assim, Quem sabe por fim --- Depois de tanto Afã da procura ---
Encontremos a alvorada dourada Orvalhando montanhas De prata da lua Em cada canto das humanas ruas...
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
|
|