
THE WHITE RIVER
Data 07/12/2007 15:27:14 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| THE WHITE RIVER
A imensidão sobre as nuvens me encanta: encanta ao me fazer crer na existência. Existência da sua face. Face em forma de linear centelha. Centelha intangivelmente a percorrer a infinitude de seu corpo. Corpo que chamam de céu azul. Como o azul da Poesia das mais suaves Flores, Nomes, Doces amores nascidos da fátua pedra amarga dos meus fiéis, eternos Votos-de-Eunuco]
Não, mas não é esse o motivo de eu olhar pra ele, o céu. Olhá-lo fixamente. Na verdade, quando assim o faço, é porque me brota uma esperança de que subitamente possa vê-la. Ver aquela suposta faísca invisível, que deitadamente reta, dizem, o seu próprio corpo atravessa.
Sim, vejo-a então. Fico á procura de um caderno e uma caneta para fotografar no papel a imagem. A imagem de sua essência! E, ao fazê-lo, eu descubro. Descubro o verdadeiro nome. O nome da centelha. Seu nome é horizonte: linha tênue que tacitamente rasga o ar, as estrelas, o próprio céu... sem, tampouco, ainda que levemente, o tocar.
Porque esse tanger não se porta como o tanger tátil. Não é o tanger tátil ou o corporal. Ele não possibilita o sentir da massa a preencher a mão, o corpo. Não, ele não faz com que sintamos a sua pressão... Não nos obriga a ceder espaço a ele. Não, o tanger do qual eu falo, não age assim. O tanger do qual eu falo, quer transmitir uma mensagem, quase em extinção, ao mundo. Uma mensagem de esperança áqueles socialmente moribundos. Que sigam. Sigam a trilha da universalização do amor. Do amor, hoje em dia, muito [Muito em falta... em falta nesta Selva de Pedra. Neste sol nascer quadrado, onde, jaz, a cada dia mais definhante, a senhora da igualdade de direitos... das chances. Da Liberdade!
Do ir e vir interminável!
Desse modo, sigo: persigo, com a caneta, depois, com o lápis, esta linha. Assim como quando estamos a correr atrás duma arraia furtiva. Como quando nós nos encontramos na idade da picula, Da estripulia] Como quando, sofregamente, corremos atrás de uma garota tirada: tirada á burguesa menina. Como quando entramos errônea e pressurosamente numa congosta escondida. Como quando, inexplicavelmente, corremos á caça de uma pessoa com a qual nunca topamos. Sim, como quando corremos atrás do infinito horizonte para lográ-lo, [Para dele perto chegar. Não... realmente sem o podermos jamais.
Porém, a imagem. A sua essência! Capto-o em tudo. Em toda a sua extensão eu o capto... Usando somente o quê? A percepção. Com efeito, ela mesma. Sim, ela: a se materializar na ponta de minha caneta.
Então apreendo a luz: apreendo a face: apreendo a linha! Apreendo, enfim, o horizonte de mim acima:
Esse ignoto caminho sempre a perseguir. Essa fonte de incertezas, á qual só a certeza da sequidão sabe o que está por vir. Esse magma que arde, persegue e queima, me dizendo: prossiga. Ajude os outros a prosseguir! Este horizonte é a centelha. É a luz da esperança. É uma força ígnea. É mais uma supernova. É aurora chegando para anunciar o começo duma nova manhã. Um novo dia A certeza do refrigerante e contínuo renascer da vida!
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