
Zé da Mula e o seu trágico final
Data 17/01/2013 15:13:08 | Tópico: Poemas
| Soube de algumas palavras De velhas memórias Contavam ao som de guitarras As mais incríveis histórias.
Diziam as bocas do povo Aconteceu assim:
Seguia o dia longo e cansado Pelo relógio de corda Quando às badaladas desse tempo pesado A noite finalmente acorda
É então, nessa hora incerta Quando o sono por todos chama Que o Zé da Mula desperta E num repente, fica pronto e alerta Dando um salto para fora da cama
Soube ainda, por janelas alcoviteiras Que roubou no passado Mil rosários às freiras A mando do diabo
Vendia-os depois nas feiras Por meia dúzia de trocados Prá batota às sextas-feiras Entre vinho, mulheres e fados
Encontrá-lo, era no tasco Ao balcão, corpo franzino Boémio, bêbado como um cacho Desfiando o seu destino
Teve, o Zé da Mula desordeiro Um final trágico e esperado Certa vez, ao não pagar ao taberneiro Foi por este assassinado
Diz quem viu, que foi verdade A luta de facas sem igual Por meia hora de ansiedade Ditou o álcool, a vontade E um obituário no jornal.
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