
Memorial
Data 09/01/2013 22:38:27 | Tópico: Poemas
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Éramos mais ou menos dez. Depois ficamos em um só Para cada um de nós. Um foi ser caixeiro-viajante Outro estudante Um outro foi ser comerciante E os demais foram viver De uma outra forma qualquer. Quem sabe: funcionário público Músico,bancário, só não foram ser banqueiro. Éramos dez Quem sabe até mais. Gozavamos as noites na praça De graça, sem pagar nada a ninguém. Ninguém reclamava entre nós Ninguém sofria dores entre nós Ninguém devia entre nós: Também: éramos lisos, não tínhamos nenhum tostão. Éramos dez ou quem sabe dez mesmo Não desejávamos mais nada Tínhamos o suficiente para viver: Um papo, uma boa cachaça Uma boa vidraça para quebrar Uma boa arruaça para promover E boas risadas dadas entre os dez Quixotes. Éramos dez E mais ou menos o que me lembro. Tudo que tenho pra recordar. Está nas calçadas, nas fachadas dos prédios E nos monumentos da praça.
Chicão de Bodocongó, 8 de janeiro de 2013 Às 15h17min
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