
Gestos inúteis
Data 03/12/2007 20:24:55 | Tópico: Poemas
| Gestos inúteis, absurdo ângulo que ao vento se flectia, quando a voz embargava líricas de canto em janela aberta no ventre do rochedo.
Inútil o beijo, o aceno imune e largo, penhorado por sobre braços de giestas luzidias, nuas de folhagens, adelgaçadas ternuras de crianças compelidas livres à raiz pálida dos medos.
Inútil se ressurgidas d’ ânsias estimuladas, rodopios impubescentes em comuns danças, no negro de um pavio a pespontar a tarde perenemente rugosa e densa.
Desfaço na noite a química e a magia, arresto-me à cinza morta de um novo dia, sendo dor de dor, na dor dos dedos em que se encruzilharam as tuas asas absurdas de morcego.
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