
Vilã rua - Lizaldo Vieira
Data 30/11/2012 20:30:38 | Tópico: Poemas
| Vilã rua – Lizaldo Vieira Boquinha da noite Todos às volta com as feras do cimento Noite fria Ruas vazias De graça Sobra desgraça Vadiagem Fatal providencia O conto Faz os tantos sinais de violência Em frequente evidencia Gente Tá na hora Vamos pra dentro A vida Noite adentro É cruel Nem tanto ao mar Tampouco ao céu Pouca farinha Meu pirão primeiro Abaixo de deus Somos todos pecadores Mortais Se a noite cai O comércio fecha A bodega fechou Nem a funerária se arrisca Tá na hora de mal feitores Dando as cartas Fuzil na lata Na igreja da matriz Beatas cochilam O rosário finda Bate o sino O susto do sá cristão Coroinha se manda Cantores do coro Guardem o violão Tem vento frio Deixando cabelo em pé Esfriando nádegas Congelando narinas Na curva da rua Na esquina do Zé Tomaz Um só pé de pessoa não passa Ninguém aventura-se Cruzar o beco da zueira Vilã rua de desgraça Vamos pra dentro É o melhor a fazer A vida é cruel Tá todo mundo louco Tomando conta de tudo Do mar E do céu Abaixo de deus Somos todos pecadores Da deserta vida Nua e crua com desprezo Não são mais loucas verdades Ir e vir Tá proibido Na praça No banco de namoro Agora É só vagal Espreitando desavisado Coitado do seu bebe Da dona chacota Dormem ao relento Enquanto o mundo Ignora atitudes de proteção Aos anciãos Protegidos pelo estatuto Dos velhinhos Catadores de lata Aqui pra móis Sono num vem mais Não será melhor Tomar um café de bule Bem quentinho da hora Enquanto espera o galo cantar Pro medo ir embora E pra estrela d’alva chegar Tempo em que O vira lata mimoso Resolva latir Em socorro da vizinhança
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