
Deusa dos Vastos Prados...Poetisa Aradia Fortunato.
Data 24/11/2012 20:20:34 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
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Senhora do corcel de ouro, Verdes e românticas como andorinhas primaveris, Andaluza dos olhos pardos, Perene e cheia de vida. Quem diria que serias minha um dia Perfeita sereia do norte, Fiadeira dos trapos das parcas Mão do destino tão gélido como os ventos do Norte, A quem amas tu senhora lunar e amante? Corrompida pela vida, destruída pela morte fortuita Serena como o lago, maça e folha da arvore encantada, Frágil lírio do sol, abençoada ventos turqueses A quem amas tu senhora minha Vossa língua e do ouro mais fino, Da vastidão de Júpiter, Encanta com vossa voz, perecem todos os lírios, Por amor e por desdém lavas e cogumelos, Das orbitas de tais perversas mulheres saltaram, E se perderam num mar de lágrimas enevoado. Tecida pelas teias da vida, marinheira das águas insalubres, Senhora do desconhecido, mãe dos Anjos, Senhora dos verdes prados, Alma encantada, jovial e sadia. Senhora dos odores primaveris, Deusa das colheitas, abençoada seja a vossa beleza, Que tudo leva, tudo traga. Verdes como esmeraldas eram vossos vestidos, Cobertas de folhas ouro, teias de prata Tecidos pelos ventos de Iansã. Cavaleira temida, sagaz com a vida. Branda rainha, amante singular, Nobre dama escolhida pelo destino A anciã dos velhos tempos já morreu, A jovem pereceu, a crueldade minou, O que o coração tão vasto amou. Os ventos sussurram Leroim, Leroim, Leroim, Graciosa, abençoada, divina, consagrada, Que vida, feiticeira sagrada tinhas, Consagrada, ao desdém do nobre espectro, O que era belo já morreu! A noite já pereceu, o galo já cantou E este homem já amou a senhora dos verdes prados, E a todos desarmou, Como ventos de Afrodite, quentes flores de flora, Negros prados de Ceridwen, A todos a morte já tragou.
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