
[Poema Sintético: Falando com o Cavalo]
Data 17/11/2012 18:07:32 | Tópico: Poemas
| É dolorosa a trajetória do silêncio partilhado... um vida inteira pode ser tragada em silêncios atrozes...
Depois de uma longa e angustiosa busca, depois de ermar pelas ruas noturnas, depois de falar com os bêbados, com os mendigos, com as putas — analistas oferecidos para ouvir e fazer companhia — a gente pode terminar do mesmo modo que o cocheiro do conto de Tchekov — contando toda a dor que sente a um cavalo!
E na falta do cavalo, serve um cão... E se nem um cão se pode ter, então, fala-se, tresloucadamente, primeiro com a garrafa, com o copo, depois, com as estrelas e com a lua...
E se o céu aberto também se negar por ser de chumbo [no Desterro é sempre assim!], então, procura-se a murada de uma ponte, ou de um viaduto... quem sabe?!
[Quanta gente o céu de chumbo tem matado... quanta! É melhor eu rumar logo para os altos morros de Minas...] ___________________ [Desterro, 02 de novembro de 2012]
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