
Amor em Três Atos
Data 12/11/2012 18:25:02 | Tópico: Poemas
| Ato primeiro - Inexistência
Da vida que vivi e que imaginei viver Quando enfim o despertar na juventude notei Lembrei-me de um amor que um dia busquei Na claridade mórbida do silêncio que me tornei
Esse amor, que o desejo transformava em chamas, E na alma pura dominava ainda a fé de uma criança Esse amor que o tempo endureceu e estilhaçou-se Do qual nao restou nem mesmo a sombra de uma esperança
Esse amor que nunca vivi, E na dor sentida da vida sofri, Esse amor que queria sentir, Sem que essa lage fria viesse a intervir
Esse amor que nunca existiu, E que negou-me o direito de queimar-me nessa chama Desse amor que consome a esperança, e grita Que sem amor, nunca de fato existi nesse drama
Ato segundo - Presença
Esse sentimento, que se conserva no intimo No infinito vazio de nos dois, e que preenche De sonhos e presenças, olhares e ausências O amor que é magia, em sua intima essência
Na presença, contida na eternidade desse amor Vela os segundos que a distancia permeia Numa crescente e insuportável saudade Numa interminável e longa vontade que me incendeia
Esse amor, que atravessa o tempo E que de vida em vida, se faz presente novamente Na nostálgica saudade ou na adorável presença E faz longa a vida e curta a existência
Meu amor, que na verdade é teu Que é maior que a distância e o tempo Que se faz contente, mesmo ausente E que se entrega ardente aos braços teus
Ato Terceiro - Saudade
De nosso amor restou a saudade Infinita e calma como a distância Levando-me os sonhos, que não pude sonhar Trazendo-me lembranças que ainda quero provar
Na memoria, guardo as lembranças Do amor que um dia amei Fotos de uma paixão que sonhei E lagrimas de um amor que chorei
E dia a dia, e de lembrança a lembrança, Deixo-me levar pelo que me resta de esperança Como uma criança que ainda não sabe Que viver sozinho é uma dor que não descansa
Saudade e lembrança, que triste aliança Fere profundamente a alma e abala a esperança De um dia novamente viver o mesmo amor da lembrança Numa nova eternidade e uma nova infância
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