
FIM DE FESTA (Victor Motta)
Data 09/11/2012 15:44:28 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Fim de festa
Louca confusão! É o final da festa. Pontas de cigarro pelo chão, marcam a realidade do gosto amargo pelo sarro, que ficou na boca, do cigarro. Um vazio imenso ao ambiente empresta, a presença do arrependimento.
Foram risos, foi música, foi farsa. Busca infeliz de um nada, estampada, agora, nos olhos cansados, descrentes e perdidos. Copos derramados, paredes marcadas, por mãos suadas.
Tudo já é passado. Alegria-mulher que invadiu, motivadora, minha solidão. E nada ficou, nada de profundo, de definitivo. Nada que valesse a pena, apenas um passo a mais, na busca do ego do eu interior, que não conhecemos.
Século da cibernética, das máquinas infernais, computadores, robôs, órgãos artificiais. Homem-mecânico do século vinte. Tudo foi pesado, balanceado, meticulosamente dosado! Para que? Para nada!
Se teu coração vai mal, nada de anormal, terás um novo, a pulsar vigoroso, injetando sangue em teus tecidos. Genial! E teu sistema nervoso, teu cérebro, tua consciência, tua vivência anterior?
Século da genética, da potência energética. Situação patética, o vazio da alma, no vazio da sala, que me embala em mil pensamentos, em arrependimentos, que são angustias.
(1967)
 Autor: Victor Motta Blog: http://cariucho.wordpress.com/
|
|