
Olhar Criança - Lizaldo Vieira
Data 12/10/2012 13:38:52 | Tópico: Poemas
| Olhar criança – Lizaldo Vieira Eita crainça danada Cheia de presepada Não não cansa Nem descansa Parece tudo liberado Por um eterno mundo de brilho intenso Novo Palhaço Embaraçado Riso espontaneo nos dentes Vê graça onde Na desgraça Onde nada parece engraçado A minha criança ainda é assim Descalsa Descabelada Travessa Lambuzada Teimosa Buliçosa Ttrepada na fruteira Não tá parada Nem calada Ainda repousa no meu ser adulto Aquela vontade de pular carda Brincar com bola de gude Jogar peteca Jogar pedra no telhado vizinho Pular com pernas de pau Fazer casinha de caixa de fósforos Panelinha de barro Enfeitar boneca de milho Correr o quarteirão no cavalo de pau Achando que tudo e bom Bonito E engorda A era infantil Pueril Chegou pra louvar a elegria Sem pudor Abalou no teatrinho Se fez pai e mãe E brinca de casinha Cheia de festa da familia Com santa ingenuidade Representa tudo da vida Com liberdade Que o mundo desconece O gato sapato O cavalo a lado A boneca Emília é gente A cuca e o jabuti São coisa mais lindas Não saem da mente Até sabiá e bem-te-vi Se chegam com curiosidades da natureza Vejo o belo da vida Sem segredos Nem medos Que como intenso interprete da arte de viver sabe ser sábia Como é bom voltar a rir-se Da tragedia Da queda da vovó Beliscar o coleguinha de sala de aula E achar que é tudo muito normal Nem um mau á vista Quanta santa gargalhada Lambuzada Nem taí Pra olhares reprovadores Já vejo a criança rainha O rei do mundo Desafiando o corcunda de Notre Dame Difícil é não querer E Nem ver tão belo bicho de sete cabeças Ensaiando suas peripecias Sobretudo quando observamos o labor sem limites De imitar o mundo dos adulto s Em derredor Por um mundo crianças Deveríamos começar tudo novamente Construir santa abra De reconquistar o mundo desconhecido Onde o riso se democratisa Sentindo o gosto das coisas com prazer De quem como o doce bago de jaca mole Deixando o caldo escorrer pelo canto da boca Voltar àquela vontade da descoberta No tocar das coisas Ser cabeça dura Pra repetir tudo de novo Após uma cabeçada Que bom Ser gente miúda Desus nos acuda da maldade Santos em carne e osso Pura luz e poemas dos nossos dias Difícil é ver alguém Quem não gosta Ou desgoste Desse relacionamento Mercadamente doce Altamente sincero Mais que amor É divino Muito necessário. Não diga que não de ver. O menino correndo de braços abertos Recorrer em seu encontro Sete vezes travessuras São muitos momentos de riso Que nos deixam mais em sintonia com Deus Se não tão real esse mundo infantil Porque bons escritores para jovens e crianças, Que dão vozes para bichos Vejam Monteiro Lobato Iriam se importar com esse mundo O idoso o adultos voltam a reler a leitura Do faz de conta Colocar em dia Os déficits de sabedoria com ingenuidade Estabelecendo a ordem na desordem aparente Na recriação do mundo criança Pra não deixar submete-se Na terrível ignorância do mundo adulto e dos adultérios Queremos Pois Sermos também essa eterna criança Que abre a boca pra tomar vacina na língua Que faz cocô e pipi na roupa Vivenciando o mundo da lua E acha muito normal Embora quase todos sejamos personagens da mesma Base lunar onde a soberba aterrorizante Limita esse nosso mundo poético e lúdico De criança Onde Ainda o sonhar de reinventar O mundo das coisas impossíveis É plenamente possível Até mesmo em fabricar Capelinha de melão Você que é filho do mesmo útero Que não tem outra mãe Nem onde ficar Também pode brincar De recriar outro mundo mais feliz Até mesmo engraçado Depende de nós
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