
Balada d'Outubro
Data 12/10/2012 00:42:13 | Tópico: Poemas
| Flores secas de que me cubro, desfolhai versos no vento, subi aos cumes de Outubro, vede s' há novas de mim além das chuvas do tempo, num enredo de folhetim!
Cores ocres de que me pinto, cortai-me laços de sangue, tingi de lume o que sinto, crede afago breve o alívio que vem das trovas estanques, no desmedo do declívio!
Dores ledas que me acompanham, por que ais traço o caminho? poli gumes que me assanham sedes que trago comigo, sabem-me a turvo, estes vinhos, cego, seco e não prossigo.
Foras seda, Inverno branco, julgais que eu não ousaria cingir-te tal níveo manto rente às chagas do meu tronco? Porém curvo a ramaria, cedo e dispo o meu tão pouco...
Frias brisas que me atingem, amai-me virgem d'Outubro, luzi-me brilhos que finquem verdes raizes de seiva, em embrião de sol rubro, no credo que o vento leva.
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