
morte consentida
Data 09/10/2012 10:13:37 | Tópico: Poemas
| Pai houve que à hora da morte chamou seu filho e lhe pediu perdão ...
... conflitos, desamor, afastamento!
Tudo, nessa hora de lucidez tão cruel, fria-escuridão, se lhe revelou futil, falso, enganador ...
... e o filho perdoou ... ... que mais podia ali fazer?!
Mas essa morte jamais ele a chorou! Sua memória de Pái jamais virou saudade. Seco, sem lágrimas, nunca numa doce imagem se converteu.
Porque há muito, sempre e em infernal quotidiano que aquele Pai morrera! Num lento e louco "suicidio"!
Repressões, gritos, gestos-frios, tudo, num profundo desamor ...
... assim o Coração daquele filho, que aquela morte consentira, que aquela morte não chorara porque nunca tinha tido aquele Pai ...
...meu Pái ... meu Pái ...
Ricardo Louro no Estoril
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