
conquista do espelho
Data 29/09/2012 22:15:23 | Tópico: Poemas
| Eu roubei esses versos Como quem rouba pão Com a mão urgente Com urgência no coração Eu contei histórias Inventei vitórias Como quem tem preguiça Como quem faz justiça Com as próprias mãos
Eu roubei quase tudo que eu tenho Só pra chamar a atenção E, quando cheguei em casa Vi que lá morava um ladrão Eu perdi quase tudo que eu tinha A paz A paciência A urgência que me levava pela mão
Uma noite interminável Numa cela escura Sentido Senhores Censores sem poder de censura O ruído dos motores Numa sala de torturas Senhoras e senhores Censores sem talento sensorial
Nunca mais saiu da minha boca O gosto amargo da palavra traição Nunca mais saiu da minha boca Nenhum elogio a nenhuma paixão
Uma noite mal dormida Um país em maus lençóis Sem sono Sem censura 100% de nada não é nada: É muito pouco
Sem sono Sem censura 100% de nada não é nada: É muito pouco
Não fui eu não foi você nem foi a máquina de escrever que matou a poesia não foram os Deuses nem foi a morte de Deus não foi o jabá da academia. que matou a poesia... façamos silêncio pra ouvir a última poesia a última palavra é a mãe de todo o silêncio façamos silêncio para ouvir o último suspiro descanse em paz a mãe de todas as batalhas a última palavra é a mãe de todo o silêncio descanse em paz, dê o último suspiro façamos silêncio para ouvir o último poema.
autor: Humberto Gessinger
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