A força de viver da razão

Data 10/09/2012 11:34:59 | Tópico: Poemas

Uma silhueta assassina contornou o beco - misteriosa contradição
Entre vida e morte - Havia um raio de luar na lâmina da navalha
Empunhada na mão silenciosa,
Que batia na grade do jardim em forma de xilofone.
A música de uma banda rock independente fluía para a rua
Através dos poros dos prédios pombalinos,
O ódio agarrava a arma traiçoeira,
A noite quedou-se num grito de dor
Emudecendo o ruido do eléctrico
Que passava em final de carreira.
Mas não abafou o som do metal a rasgar a carne.
No chão um corpo num diluvio de sangue.
A cidade foi desventrada pelo eco das botas cardadas em fuga,
A covardia misturou-se com os indigentes, os bêbados, as prostitutas, os
sem-abrigo,
Na luz esmorecida do largo do Rossio.
Quem alguma vez pensou que estancava a dialéctica da ideia
Matando,
Nunca entendeu a força de viver da razão.
Reposição



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