
Masmorra com Ventoinhas e Chocolate
Data 20/11/2006 14:20:00 | Tópico: Poemas
| Já fui tanto e sou tão pouco... Deixo-Me plantado na Masmorra do pensamento Em ocasiões dispersas e plenas de Luz. Estou estupidamente sentado. Como se o Universo se desse a adivinhar na palma de um ecrã vazio; Mas aproveito a calma que Me rodeia E crio barras de pontos e linhas azuis Que tentam exprimir categoricamente que o Ser Humano é um tonto!
Seremos, Nós, Ventoinhas fáceis, iguais a tantas, mas preciosas para tantos e lerdas para tantos outros? A Ventoinha é um objecto estranho. Vemo-La como esquife em tempos duros, Em tempos em que se vira inútil e, por isso, arrumámo-la a um canto. De súbito, vemo-La como a maravilha dos tempos modernos, Indiferentemente enigmática, mas vital! E o que somos Nós? Ventoinhas. Todos gémeos de rascas e meras Ventoinhas! Não servimos para nada quando nos é viável dar tudo do todo de Nós, Sendo, em contrapartida, achados valiosos, quando nos sentimos já gastos e escusados.
É a mania da Nova Era: Usar, re-Usar, voltar a Usar e Usar compulsivamente até à exaustão, Para, depois, colocar cuidadosamente na prateleira horizontal e infinita do esquecimento.
Mas já é Tarde para modelar barro podre e oco. Já é Tarde para condecorar os tesouros desperdiçados na areia. Já é Tarde para Amar paredes discretas de harmónica simetria e precisão únicas. Já é Tarde para escrever... Parto o último pedaço de Chocolate (Um prodígio de Sempre, Que concede o maior dos prazeres de Sempre, Mesmo sabendo-o perdido para sempre)! Fecho a Masmorra, vou-Me deitar...<br />Quando o que nos rodeia parece adquirir mais sentido do que o próprio sentido do sem-sentido...
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