
Pedi à voz
Data 20/07/2012 13:58:33 | Tópico: Poemas
| Pedi à voz que fosse engano, Um murmúrio passageiro do meu coração. Pedi que boatos fossem descrenças, Pelo ruído provido da audição.
Pedi que o sofrimento fosse mentira, E que o mundo não fosse conspiração. Pedi à voz o cessar da nostalgia, Aonde os sons impedem-me de abdicação.
Supliquei que não houvesse diferença, Entre a realidade e a ilusão. Pedi que os corpos fossem ausentes, E que as almas se aliassem por oração.
Pedi à voz que entendesse meu desejo, Em tablatura simples, de fácil repercussão. Supliquei a cura a este mundo doente, Que carece de uma canção.
Pedi à voz o carinho, Que tanto vagueia sem uma mão. Pedi que falasse-me baixinho, Poesias tolas sem explicação.
Pedi à voz tanta coisa, Tanto sonho, tanta ilusão, Que após ouvir sua resposta, Pedi à voz que encerrasse o som, Da batida em dó, vinda sem ré, De ti, em meu coração.
O problema visa brincar com a voz, e não com o pronome vós.
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