
Quatro Minutos e a Letra C
Data 20/11/2006 14:10:00 | Tópico: Acrósticos
| Tudo se conjura para a felicidade máxima: Duas Almas, estranhas aos comuns mortais ingénuos, Encontram-se invejavelmente unidas até à medula óssea. Catapultam de um para o outro Cristalinas delícias de monges e mundanos E dão nós ao seu coração para se atarem eternamente!
Mas eis que cometas de vida Se podem transformar em Bomba de destruição. E, por isso, a riqueza amargamente conquistada Deixa-se perder no túnel impenetrável do desassossego! Surgem bancos espremidos pelas barras verticais de betão, Às quais se entrelaçam postes projectando luz esguia e vã. Onde se encostam esqueletos apalermados (Lutando entre si pela atenção merecida aos olhos do Superior)!
Ao mesmo tempo, nesta pintura, as Duas Almas, Cobertas pelo odor pungente da família industrial E atacadas pela pureza putrefacta da água vinda do nada imenso, Acanham-se ao desespero da aborrecida sociedade feita ao segundo! Pasmam-se com a porcaria da produção do Homem moderno E pasmam-se ainda mais com a incapacidade de organizar uma contra-ofensiva eficaz dirigida ao inimigo. Acabam por render-se!
Porém, as Bombas de destruição podem, também elas, Converter-se em resgates do Herói da vida. E a porcaria que é o Consumo e o Tempo Vê-se incapaz de abranger e atingir os não-apalermados. (Jóias raras neste espaço que se desmorona e desfaz)!
E, assim, as Duas Almas salvaram-se da Modernidade E receberam como prémio o bafo da felicidade máxima Que jamais lhes será usurpada Mas que continuará a ser por muitos invejada!<br />à partida um título não tem necessariamente expressa a vontade do poeta: decifrem-no!
|
|