
Ensaio sobre gravidade
Data 15/07/2012 12:01:32 | Tópico: Poemas
| É nas pessoas que se conhece o mundo Às costas, carrego uma obra em ruínas Em pedregulhos, o entulho da vida Que vou largando na berma da estrada
Se a subida fica íngreme Bebo vinho, cambaleio, mas sigo em frente Dêem-me ópio da china Para sair fora de mim
Revivo os meus dilemas em silêncio Deixo os mortos para trás Mais as dores ao abandono Para aliviar o peso, porque ainda me falta caminho
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As juntas já vertem diesel sobre as plantas Porque, inevitavelmente a máquina fica com folgas Paro, por fim, na oficina do tempo Finjo acreditar, finjo ser a falsa verdade do mundo E espero a minha vez ao lado de Newton
A vida é um alpendre invisível De tábuas velhas que rangem aos passos Espanta espíritos magnéticos E cadeiras empoeiradas Com vista para um horizonte de macieiras Todas em desconto de fim de estação
É só nas pessoas que sinto gravidade.
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