
PÂNDORA
Data 22/06/2012 03:33:32 | Tópico: Poemas
|  Quadro de John William Waterhouse
Não temas quando tua cândida Pandora abrir a caixa cegamente mais uma vez. Tu bem sabes que nada agora poderá salvar-te de outra insensatez.
Quando a escolhestes de olhos fechados, esquecendo o destino e os seus gritos, deixastes meus beijos tão desamparados, perdidos entre dois cegos infinitos.
Seja forte, segure o leme até o fim. O caminho foi escolhido sem pensamento, não há flores neste meu calado jardim despetalado pelo teu morno vento.
Desejo-te apenas mel e esperança para não sucumbir diante da devastação. Nada deixastes para trás na mudança além de minhas lágrimas no colchão.
Mas um dia levantei altiva e forte, pronta para encontrar um outro deus. Aqui restam para ti enxofre e morte porque até mesmo o passado já te esqueceu.
Karla Bardanza
Copyright © 2012 Karla Bardanza
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