
PENA DE MORTE - ensaio
Data 11/06/2012 19:39:09 | Tópico: Textos -> Surrealistas
| - É assim. Não existe meio-termo. Na vivência entre os povos não deve haver mais do que uma forma de estar. Toda a forma de pensar e de agir deve estar sempre imbuída de bondade e nada mais. - Bebeu um gole pousando o copo levemente. Alexandre olhava-o com uma indisfarçável desconfiança. - Acho que estás a tentar amordaçar as pessoas, a tirar-lhes a liberdade de optar. Anastácio levantou o sobrolho. - De optar? - Sim. – Respondeu Alexandre, secamente, apertando o copo com as duas mãos. - As pessoas são todas diferentes. Aquilo que eu acho bem tu podes achar mal. Anastácio fitou-o com provocação - Achas? - Acho! Refastelando-se para trás, Anastácio cruzou os braços. - Então, pensa bem e dá-me um exemplo. Alexandre sabia da experiencia de vida de Anastácio, mesmo assim jogou ao ataque - Sei lá... – rodopiou o copo - Olha, tu achares que se deve condenar à morte e eu não.Anastácio coçou o queixo, esfregou o buço. - Repara que a condenação à morte não tem de ser uma imposição. Tem de ser uma opção. Uma opção que a sociedade entenda como castigo mais adequado para alguém que fez mal. Na sociedade injusta, imperfeita e violenta em que vivemos, as leis não são cumpridas, pois não? - Muitas vezes não! – concordou Alexandre. (CONTINUA)
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