
Igrejas temporais
Data 03/06/2012 12:47:04 | Tópico: Poemas
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Pensativo silêncio A bactéria do gesto robótico Embebida no cálice sangue. Igrejas temporais Vagueiam pelo tempo Mendigando a fé dos homens Espalhando penitências E angústias desde o cenáculo. Contas de abusos seculares Espalhadas entre a procissão
O rebanho segue o cego. Sofrido silêncio No virar da face santificada A bater vezes no peito.
Os devotos altares Erguidos sobre a carne que é pão Na indiferença do luxo E da mão a dividir o corpo Por uns joelhos coçados Na peregrinação da promessa vã.
Que chorem os homens A fé também consome vida E aquelas batinas de santo Com bordados de ouro Não querem saber de milagres.
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