
Vidas em perigo no fogo inimigo - LIzaldo Vieira
Data 28/05/2012 12:28:44 | Tópico: Poemas
| Vidas em perigo no fogo inimigo – Lizaldo Vieira É o fogo inimigo Lambendo Derretendo a terra O morro A planicie Moitas nas serras Grito na floresta Eitos E mais eitos Em chamas O beija-flor Um tamanduá bandeira Denunciam Reclamam Clamam Um tiziu denuncia Aos pulos Trancos e barrancos Revoltado Sentinela de beira de estrada Revoltado por tanto crime ecológico Aos gritos conclama Help Help Uma solução De salvação Tem fogo na mata No topo Nas ciliares Na relva Fúria de ventos quente Circunda malhadas Quintais Muralharas da china Por ali Ninguém cisma Em denunciar A vida assada Cozinhada Em brasa viva E feroz língua de fogo Queimando Assando Expulsando tudo Por léguas tiranas Onde a vista alcança Muito bicho morto Tem ninho queimado Goto Preá Jiboia Saracura Macaco prego Morcego Tamanduá Doidos Sem pra onde ir E vir Na grota do angico Na mata do cipó Nas nascentes do Curralinho No nicho do guigó Uma cobra silva Rebolando Tonta com tanta fumaça O bem-te-vi apavorado Diz que viu Tudo partir da li Do aceiro mal preparado Da queimada do canavial La das bandas do piranji Diante de tanta produção insustentável Parece não se contentar Para as repetidas denuncias Das vidas em fogo Uma válvula de escape se acha Um monumento de vida O ícone guigó da Mata atlântica Seres e vidas da mata que matam Devoram Atacam Devastam Mal tratam Por bem prazer e deleite Do império da cana No consumismo de espécie humana Contexto macabro Que esse modelo superado de desenvolvimento Encarna Quando ignora nichos de bichos e florestas Irmanados Em festa biodiversa
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