
Chaves Perdidas Das Portas Horizontais
Data 17/05/2012 16:57:46 | Tópico: Poemas -> Intervenção
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Houve um tempo em que ninguém amava o sorriso tristonho do pedinte suas roupas esfarrapadas , rasgos de panos emprestados pela beneficência anónima o mais que provocavam na miséria doirada dos nobres que se degladiavam por o primeiro lugar perto do altar dos Congregados era uma moeda que dizia : não te atrevas a entrar na igreja ! já viste como o chão dela brilha ? e o desgraçado , olhando os seus pés calçados , com sapatos sem solas , erguia ao céu enovoado do brasão nobre de invicto um sopro murmurado d´aceitação : - sim , meu senhor ! Mas esse tempo findou ... já não há miseráveis ... morreram todos! e ninguém sabe em que vala enterraram os seus despojos e ninguém sabe qual o velório que o representa e no tempo que há ou sobra ... aguardam-se corpos para as vestes rasgadas e sujas ...
Luiz Sommerville Júnior (heterónimo), 170520121149 O regresso de Poesia Contra o Crime
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