
Esperança II
Data 16/05/2012 18:06:37 | Tópico: Poemas
| as engrenagens rangem sem medo do tempo as engrenagens rangem sem medo do tempo
entre as árvores nasce a fábrica entre as árvores nasce a fábrica
que paria gente morta que paria gente morta
ao som do apito eles vão dia sim, dia sim, vida não
a indústria desenha o seu servo perfeito a lápis de ignorância tinta indelével do medo
dia sim, dia sim, vida não
uma vida contada em cargas cargas horárias
eletricidade pilha bateria meia-vida, meia-morte-vida pilha bateria energia vida
ao som do apito do destino não enxergam as miragens
muita fumaça fumaça tosse prego lágrima
filhos dos filhos das máquinas não sentem sentem sentem
sentem medo medo medo
a máquina recicla a paz no peito de cada alma a máquina é mãe de deus a máquina é pai do mal
as engrenagens rangem uma flor murcha uma vida seca
as engrenagens rangem com medo do tempo
dedos abraçam o martelo carrasco de cada prego algoz da interrogação ventre de ferro do sim fio da navalha do não.
dito isto,
revolução.
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