
Mundo vazio de nós-Lizaldo Vieira
Data 07/05/2012 23:04:45 | Tópico: Poemas
| Mundo vazio de nós - Lizaldo Viera A rua vazia de nós Tempo de olhar o ceu descansando Contar estrelas Ver a lua de cara nova Bislhotando bancos e jardins Bom de corujas Bacurau E morcegos rastrearem Os céus Rasga mortalha Puxar o canto fúnebre Do próximo encomendado Na rua vazia de nós A vida Transcorre sonolenta Vazia de gente Um momento de espiar O vento calmo Suavemente passar na cabeleira do Zezé Da zona norte até o sul Zero barulho Nos arredores do subúrbio Ferozes ruídos dão um time pro silencio Na vida dos infelizes Do mundo dos humanos Hora e vez da natureza Que tranquila e calma Com nenhum reclamo de poluição importuna Tranquilamente se refaz De agressões descomedidas Controlando a maluques tecnológica Da selva doida De concreto armado Do tudo por dinheiro Nos solos áridos Escaldantes de Carira Nas manhãs ensolaradas de setembro È preciso sonhar com outros Lírios sem primavera Na balaustrada da Ivo do Prado Rezo por um ar noturno Carregado de brisa mansa Nas vielas aracajuanas Enquanto aguardo A chegada de barcos Lotados com o pescado Para abastecer o Thales Ferraz Nada de rádio Nem tv No ar só os grilos Faz-me escutar Chamadas de alertar O vai e vem De outra vizinhança Sapo adivinhando trovoada Alimentando- se de insetos Mariposas Grilos Besouros E tanajura Criando asa Voando no acasalamento Caindo no buraco Ou na panela da gordura Na rua estreita Muito de treita Retrato vivo Em preto e branco da nossa guerra social Que hoje está de folga Até a chuvinha na madruga ajuda Lava a alma cigana Eu até que tentei depois de algum tempo Pegar a rua da frente O beco dos cocos Escapulir da tristeza soturna Dessa rua deserta De ruídos Cadê seus sons E tons Até parece que o mundo que cintila Quer se mostrar Voltar a ser tumulto O dono da bola Pular de corda Brincar de roda Tecer estrelas No dobrar da esquina Não vejo guardas Nem as meninas da noite Naquela noite fria até o quartel Dorme enquanto a sentinela ainda guarda Relâmpagos vazando o horizonte A lua se esconde sombria Pois já não vale apena Ser noite dos namorados Só o gato Chama atenção com desaforado namoro Arrebentando o telhado Inda bem Que depois disso E mais aquilo De longa agonia E solidão Tem folia de rei Em Japaratuba E Laranjeiras Também nas bandas do sertão
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