
Tributo ao primeiro romancista brasileiro
Data 14/04/2012 12:52:53 | Tópico: Poemas
| Tributo ao primeiro romancista brasileiro (Mauro Leal)
Nos dias da mocidade, de saudade, soledade, penúria, penumbra; sofria. Mas aguerrido pela aurora despertava e à Cristo com lágrimas suplicava e um bálsamo envolvia.
Já ao raiar pelas trilhas, trilhos e estradas empoeiradas sob lufadas, não temia e laborioso aos trabalhos, partia, e à luz do meio dia e à turva do velho lampião que enfumaçava e ardia, agradecia pelo pão e pelo dia.
Bravo não sucumbiu, não esvaeceu, não recuou e da eterna paixão pelo sonho não refratou. E por pragmático rumar no afã do alvo alcançar, Deus honrou e romances, prosas, crônicas, poemas e poesias em seu coração derramou.
Em meio à jornada, reencontrou o amigo, mestre, cirurgião e poeta que estimava e as suas experiências compartilhava, pois cria que na vanguarda a romântica bandeira ergueria.
Orientado e impulsionado prosseguia pela reta trajetória que a vida histórica prometia, e por não declinar, tinha por fé o portento alcançar.
E ao pairar na aprazível vista, o Forte São Mateus, rocha guerreira e inspiradora, envaidecia ao contemplar: as cristalinas ondas na preamar e na descida do mar; o despontar e o deitar da nossa estrela no verão e na fria estação; as traineiras e os barquinhos pesqueiros no cais da Passagem encostando; com seus heróis-pescadores felizes acenando; o bando de aves marinhas bailando, mergulhando, saciando e revoando; os filhos dos velhos e valentes homens do mar na Duna saltando pelo retorno com sustento chegando, a lua e as constelações ao sideral iluminando.
E por muito que se orgulhou do singular privilégio das opulências exuberantes da natureza de sua terra natal, o eminente poeta Teixeira e Souza, inspirado na "Princesinha do Mar", por fecunda imaginação de naufrágio de Laura e o resgate por seu amado Augusto, fez primar e eternizar por amor o inédito romance: "O filho do pescador¨.
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