
Natureza e Arte ou Saturno e Júpiter (Friedrich Holderlin)
Data 10/04/2012 10:05:37 | Tópico: Poemas -> Fantasia
| Tu governas sobre o dia e a tua lei floresce! Tu seguras a balança, oh filho de Saturno! E repartes os destinos e descansas, alegre, Na glória da imortal arte de reinar.
Porém, os cantores dizem, para si, que outrora Desterraste o santo pai, o teu próprio pai, para O fundo do precipício, e lá em baixo, lá, onde Reconheces todos os direitos aos selvagens,
O deus da idade do ouro lamenta-se, há tanto tempo: Outrora, quando ainda não proferia mandamentos, Nem nenhum dos mortais o tratava por nome, Ele era, sem qualquer esforço, tão poderoso como tu.
Para baixo então! Ou não te envergonhes de agradecer! Se queres ficar, serve o ancião, e concede-lhe, de boa Vontade, que seja nomeado pelos cantores Diante de deuses e homens!
Abre os olhos! Pois assim como o teu relâmpago Vem das nuvens, também dele vem tudo quanto é teu. E assim testemunha perante ele tudo quanto lhe roubaste, E que da paz de Saturno todo o poder cresceu.
E tenha eu no coração um sensação viva E escureça tudo quanto tu moldaste E que o tempo de mudança haja adormecido, Para meu belo prazer, no berço dela:
Então reconheço-te, filho de Cronos! Então escuto-te, Sábio mestre, que tal como nós, filho do tempo, Decretas leis, e , ao mesmo tempo, anuncias O que o santo crepúsculo esconde.
Friedrich Hölderlin, poeta alemão.
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