
Meu dia santo de fé se foi - LIzaldo Vieira
Data 06/04/2012 12:44:17 | Tópico: Poemas
| Meu dia santo de fé se foi – Lizaldo Vieira Meu santo milagreiro Tá de férias Foi-se De mala e cuia Já era o dia de milagres Resposta pra todos os pedidos Dos tempos Em que o santo era de casa Forte Mesmo de barro Eram milagres pra todos os lados Com certeza O santo nosso de cada dia Vivia de prontidão Bastava jurar de pés juntos Mãos postadas Juelhos dobrados No chão Olhos fechados E o milagre Era só detalhe Chegava no estalar dos dedos Com bom resultado Pro assunto implorado Hoje Com o passar dos tempos Era do computador Cibernética Informática Mudou o enredo Parece segredo de cigana O bendito Só quer saber de gps Sigilo bancário Nome grampeado Cpf Seguir os sinais dos tempos Nada pro pecador Que espera aflito O perdão dos pecados O santo do dia em que nascemos Esquece que temos direito Por uma boa sorte Tudo é bola para o azar Até acordar cedo Com pelo sinal Pé direito na estrada Rezar o credo em cruz E todas as aves Maria Pedir socorro A todos os credos Pois todos são caros Tem mais valia Santos e santas em greve de fome Contra o homem Nem chite para a penitência Eufrásia Fulgenteia Manuel Maria José Gaspar Baltazar Belchior Aparício André Ocasiono Malaquias Nem mesmo O anjo que me guarda Dia e noite Noite e dia Tem direito a folga A ordem é marcar audiência Esperar qual o mês E dia da semana Ele pode atender Ao pedido de superação de dor Má sorte Cala frio Dividas com o cerasa e spc Muito levo a crer que algo que se revele eterno Doivino Mudou de estação Adus socorros pra da vida Quando se revela Eterna paixão Pelo pecador Evaporou A caridade estremada Mesmo para os de consciência pesada Gorou Bate uma tristeza danada Nessas horas De pedidos em vão Só pau E toco No fim do caminho Depois de tantos dias prostrados Sem resposta alguma Pore todo caso miado Fim do cerimonial Sem nada pro pecador Tem jerito não Ajeito o picuá Sem reza de despedida Sem catimbó A fé nas contas do rosário Esperança desanimada Nas crenças Das certezas dos milagres Adeus patuás E assim Se vão meus dias maus vividos Tal qual canto da perua De pior a pior Na vida de um só Mias um dia de pá Nem bem E nem má Só deus na causa No sentir desmotivado Em desalento Condenado Desajeitado Poe sentir-se abandonado Sem mesmo saber se vivo está Só resta pro desinfelizs Rogando ao Pai Como pedido final Tu és tudo o que eu preciso Nessa hora de estrema necessidade E abandono desolador Salve deus Nas agruras desta vida Do deserto de amor Dá-me força na fadiga Protege-me ó pai Guarda-me Por ser pecador Sem saber ao final Qual o mal que fiz
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