
INDECENCIA
Data 03/04/2012 15:47:00 | Tópico: Poemas
| A noite fria matou o pobre mendigo Um homem de Deus que morreu abandonado e sozinho Também não foi noticiado nos jornais; miseráveis não causam escarninhos E naquele fétido e obscuro lugar, inda é velado seu raquítico corpo combalido
A fome brava matou o pobre mendigo Tinha os olhos revirados pela dor física por tal acontecimento Demorado foi, sim, o seu sofrimento Agonizando diante a visão aterradora, face a face ao seu feroz inimigo
O medo bizarro matou o pobre mendigo O temor, a dor, a sede, a calma, o aceitar O caminhar, a esperança, a vergonha, a realidade, a vontade sufocada. Por fim expirar...
Sem ele sequer ter podido em nada concreto, tocar Tocou por fim a morte. Ou por ela foi tocado Meu Deus, matamos um pobre mendigo. Coitado...
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