
Pipoqueiro - Lizaldo Viera
Data 03/04/2012 02:38:33 | Tópico: Poemas
| Pipocou – Lizaldo Vieira É jogador fraco Pipoqueiro Corre da parada Não sabe jogar Não quis jogar Não chega junto Bola mucha Milho que é milho Mesmo banguelo Cai o cabelo Mais não abre o caroço Endurece o olho Padece na panela quente Mais não se rende Aos prazeres da vida Não vira pipoca Florzinha pra banguelo Pra ficar no ponto de ser comido Florzinha servida Na bandeja É gato escaldado Com medo d’água Prefere panela quente E arrochada Que servido Em saquinho De mão em mão Em cerimônias de astecas Milho boneca Milho vede Milho seco Depois da fogueira Virado pamonha Canjica Ainda andar de deu em deu Rua acima Rua abaixo No carrinho de algodão doce Milho com sal Aos berros de alto falante Anunciado Olha a pipoca quente Fresquinha Faz festa na freguesia Fila na entrada do circo Até rebola E dança com a juventude transviada Misturando rumba E afoxé Depois de virar Milho mirrado Granulado Olhos redondos Simples brincadeira de sofá Em dia de jogos Servido com guaraná Delicia das crianças Na quermesse Na festa de largo No aniversário Pipoqueiros somos nós Pobres mortais Duro na queda Quebrados até os-dentes Impróprio para comer Milho duro de roer Passou pelo fogo morno Mexeu pra lá Mexeu pra cá Sem deixar marcas Nem cheiro De coisa boa no ar Piruá nenhum quis ser Milho calejado Refugado Encruado No fundo de panela Recusa-se a estourar Ser o dono do pedaço Nem mesmo quebrando os dentes Ele se abre Ainda dizem Que pipoca engorda Quando preparada na banha de porco Fica mais macia Aumenta a alegria Pra cão que ladra Mesmo banguelo
|
|