
Herança sem eira nem beira - Lizaldo Vieira
Data 01/03/2012 10:48:27 | Tópico: Poemas
| HERANÇA SEM AIRA NEM BEIRA – LIZALDO VIEIRA Tem aquela estória De dormir na esteira Do filho pra criar Bodega pra pagar Roupa para lavar E nada no bolso Cidadão á brasileira Se não foi politico Não vem de família aquinhoada Boca desdentada Nado raso Sem eira Nem beira Nada amealhou Herança no vento Como ter inventário Raspar a lama Qual é O filme é assustador Estória de terror Terra arrasada De vampiro brasileiro Homens da caverna A mala é o saco O cadeado Um nó Tá no pó Familia Flintstone Nem Wilma Vai lembrar De Fred & Barney Porque nada sobrará Para as fraldas de Pedrita O jeito mesmo É curtir uma piaba Assada no fogo de brasa Esfregando os olhos Depois da fumaça de lenha verde Na chaminé de Chiquinha Que escuro Quase caduco O caminho não adianta Quem embica Segue avante Escorrega mais não cai Dizem que sou louco Gente da caverna Vive no trelele Contando lorota de bodega De compadres e comadres Num verdadeiro parle Mesmo assim Curto o silencio Da armadura Num sono de butuca Até virar caduquice Já meio de vista curta Deprimido Chato hiper-ascetico Filosofia católica Dos últimos dias de nós Essa Nem mesmo Gonzaguinha soube prevê Seu próprio sono eterno “É a vida O que é O que é Veja lá meu irmão “É um nada no mundo” Pois é A vida Só tem beleza pras crianças Que nada entende Meu pai foi pobre Minha mãe também Este terreno denota Nada pra Chico Nada pra Nico Que seja como deus quiser De hoje em diante Nem tem como modificar Meu modo de viva Só tenho pena De Marina Susete Zezinho e Garnisé Babuzando por ai Se metendo nas coisas que não sabem Ou mesmo ignoram Melhor ser recatado Que mal-educado E se vê humilhado Nos últimos Instantes de vida De um garninzé
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