
Meu berro calado não fica - Lizaldo Vieira
Data 28/02/2012 03:56:27 | Tópico: Poemas
| Meu berro calado não fica- Lizaldo Vieira Mesmo proibido Abro o bico Solto o grito Boca no trombone Bem alto Aos quatro cantos Quem quizer Que reclame Mundo a fora Recusando-nos a seguir Ditames maus Meu lar tá por ser construído Em terra firme E será sempre aonde vou Com quem estiver De paz com a vida Mesmo sozinho Seguirei avante Se tenho planos Sonhos Pra seguir tocando Meu realejo Mesmo com as vacas Dormindo no presépio Veremos fotografias de lampião E Maria bonita Comendo e dando pipoca Aos macacos guigós Porque toda grandeza da floresta Vale apena Se a ambição Não for tão grandiosa Aí cantarei com o passarinho Sugarei o néctar da flor Feito beija flor Até o crepúsculo chegar Sei que a viver Só é valida Para quem tem tara de viver Escutando canções de Mozer Enquanto e reggae não seja ouvido Mais sentido Se um dia vai ser da caça O que quer o caçador Espreitando a mata Tá bem escrito Um dia a casa cai Se a chuva torrencial Não passa Mesmo que chova canivete Sei que a voz De um lindo dia Não falhará Indicando caminhos Construir novas jornadas Mesmo que venham Em carruagem de fogo Com o vento varrendo Contra ou a favor Acenderei lamparinas Ao meu senhor Contra qualquer Tentativa de trevas No balanço da maré E do mar Buscarei sempre O beijo da areia morna E mi banhar nas espumas perfumadas De iemanjá Sinto o mundo melhor Se me atiro na luta Na busca do meu sol Pois sei que o brilho Vala a pena Nem preciso de ambição Pra esconder frustrações Na colheita de rosas com espinhos Se o tamanho da aquela Não for pequeno Serei atento Enquanto a cor da pela Motivar discriminações Nem preciso sobreviver Aos fecundos Olhares de indiferença Acredito Na vã filosofia Do cada dia Com sua agonia Mesmo que seja O jardim do éden Peixe sabido não come a isca Nem o pecado Da maça Será que mais Ninguém falará Da necessidade da queda dos muros Quer moram ao lado da intolerância Da violência contra a infância Da perturbação sobre a ordem publica Da fome de sabedoria E cultura determinada A cuspir Na estrutura Enfim Buscarei coisas Mais suaves Colher mangaba de caída Boa de comer Semearei sempre na várzea Sadias sementes Por bons frutos Catarei figos Tocarei arpa com Davi Armarei tenda em lugar Longo do olho gordo Em meus tesouros Ainda que o brilho da vida Pra alguns Seja mera ilusão
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