
Os Olhos da Minha Infância
Data 05/11/2007 00:01:11 | Tópico: Poemas
| Os Olhos da Minha Infância
Nem quando o sol cansado do dia, Procura abrigo no alto das árvores, Até poder pular lá a beirinha do céu, Para encolher-se,
Nem quando vejo os trieiros sinuosos Rendas caprichosas tecidas nos pastos, Ou sinto o perfume das damas da noite, A abraçar as casuarinas marulhando ao vento, Nem quando ouço o êia distante, Dos vaqueiros tangendo de tarde, Os bois para o curral, Ou quando bandos de maritacas, Matraqueiam dançantes prosas pelo pomar, Nem quando a areia branca, prenhe da lua, Faz um tapete para o abrir das porteiras, Ou quando as borda do açude, Espumosas acolhem girinos ligeiros, Nem quando o berrante chora, Ondulantes canções em vibrato...
Nem assim os meus olhos encontram Aquele sol, os rendados trieiros, Os vaqueiros, as maritacas, Dos olhos da minha infância.
|
|