
No limiar da aurora
Data 06/02/2012 13:34:01 | Tópico: Poemas
| Liberto em mim esse amor que me vem por dentro E silencio em meus lábios as lagrimas Que me molham os olhos e me encharca a emoção Que trago presa em meu peito
Cerco-me de um silencio vazio Aguardando um sono, que não vem Enquanto a fria aurora se aproxima Roubando-me o alivio que a noite contém
Cerco-me de palavras sombrias Restos de um verso que deixei de escrever Oculto nas sombras da noite Tão sombria quanto as sombras de um amor Que por medo de amar, deixei de viver
Deixo então de lado os papeis e a pena E me encanto com a aurora flamejante A colorir de rubro o azul cintilante Como um amor que o próprio universo encena
Desfaço-me das palavras como quem não quer aprender Restando-me apenas pensamentos que não consigo dizer Ou fragmentos de um sonho que não quis esquecer Silenciando palavras e despertando sentimentos Que nesse silencio maior, não ouso querer
Encanta-me esse silencio que o pensamento me traz Oferecendo-me sonhos que não sonho mais Nesses pensamentos me desfaço em sentimentos E nos sentimentos, me recolho novamente ao silencio E finjo que meu coração, dorme em paz
E Vivo assim, entre a noite e o dia Repleto de nostalgia e pleno de pura alegria No limiar da tristeza, beirando a esperança Num mundo a que já não me pertence mais a distancia Pois que morro a cada noite e me vejo renascer assim, A cada dia, no limiar de cada nova aurora... E morrer... No entardecer de cada dia...
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