
Moinhos De Sangue
Data 04/02/2012 18:53:26 | Tópico: Poemas -> Sociais
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Pudesse eu,ó lado que me és, paixão! comer as pinturas daquele que chegou para mostrar-me a essência de Dali Pudesse eu, ó roda de tão sagrado querer! beber as esculturas daquele que me abraçou para dar-me o modelo de Rodin e jamais haveria, da fome e da sede,os pobres! que morrem depressa no relógio vagaroso, dos mandarins! Como iludir os estômagos carecidos d´alimento? Como camuflar os corpos desprotegidos do frio Quando dos palácios escorrem os (de)feitos egoístas das vaidades egocêntricas? Um, dois, três! Três famosos toques unem-se num só: "Dança Macabra", "Dança Do Fogo","Dança Das Horas" Que culpa há nos artistas que ergueram as grandes obras da humanidade se o beijo que nasce nas searas morre nas mãos dos senhores que revestem os seus aposentos com o tecido do papel-moeda? e os irmãos... que são tão belos nessa tristeza que despedaça os corações de quem ainda vê, são almas sacrificadas pela vida de sonho ausente... queimando à revelia da água dos olhos que ainda se agitam a fé num mundo bom de verdade
Entretanto ... os poetas aprendem com Camões e Pessoa o regresso a Alcácer-Quibir os músicos aprendem com Beethoven e Mozart a fuga para tão desventurada tocatta e nenhum deles serve... o cobertor para a multidão de desabrigados e nenhum deles serve ... a refeição às vítimas da fome e nenhum deles serve... o conforto aos afundados na solidão ...
Simplesmente és tu ... a dança sem lamento, por tardio que fosse, dos que fecham os largos portões à palavra que se queria substantiva: - Amor !
(Percebes que é o singular da segunda pessoa verbal que torna real a primeira?)
Sim! Simplesmente és tu!
JouElam, 040220121819
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