
POEMA CURTO
Data 12/01/2012 11:59:30 | Tópico: Poemas
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Ruas obscuras, espelhos obtusos no paralelepípedo de meus olhos; tudo é escombros, latir de cães, quando a noite acende candeeiros e põe asas de insectos onde a luz é mais crua, numa realidade que se quer concreta, no grito lancinante da palavra, erguendo-se, qual gume de faca, de entre o secretismo dos degraus, sujos, impuros, com setas nos braços, quais estátuas amputadas, vertendo seu sangue no alcatrão das estradas, nos bueiros, depois já rios distantes, e a voz é um eco do que ainda não se disse, o que só as montanhas conhecem, o que nas árvores estremece, por um raro sopro de vento, filtrando a palavra que se perde na noite, se a lua não vinga no palato, na saliva fria das paredes, da tão ansiada liberdade.
Jorge Humberto 10/01/12
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