
O PODER D´ÁGUA
Data 10/01/2012 13:03:46 | Tópico: Poemas
| Sertão triste – de sol fogueira acessa, crepitando a moleira descoberta, Terra mal vista por muitos, deserta, Que expõe todas as dores e fraqueza. Seco chão, pouco vem dar em defesa À família sedenta que arfa ao nada! Gleba triste pelo destino rachada, As entranhas expondo em natural, Sua dor - solo márter – sem igual, Cuja sorte pelo destino é marcada.
Assum preto em lamento cantou forte Nos galhos do angico bem defronte, D’arribada bateu asas no horizonte, Já prevendo a certa e próxima morte. É retrato da seca que engole o norte, Calcinando o torrão do romper d’aurora E o sertão que pela peste o ventre devora, Arfa no empoeirado solo em cicatriz. Sertanejo rogando ao céu assim diz: Que Deus nos socorra sem demora. Borrifar basta a chuva - Ave-Maria, Neste chão gemebundo, roto, ardente, Que o cavado torrão bebe a semente Em perfeita união e harmonia. Reza o povo devoto em romaria Pelo chão que ao calor não sucumbiu, Derribou Deus a água em grosso fio Embebendo o mortiço e quente chão, Não será mais um Lázaro torrão, Mas um vivo sem fístula - sadio.
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